O Museu do Douro inaugura dia 31 de Julho exposição sobre Rafael Bordalo Pinheiro, figura marcante da cultura portuguesa da segunda metade do século XIX.
De 31 de Julho de 2009 até 31 de Janeiro de 2010, o Museu do Douro apresenta a exposição “O Universo de RAFAEL BORDALO PINHEIRO – CARICATURA e CERÂMICA”, em parceria com a Colecção Berardo, o Museu Bordalo Pinheiro (Lisboa), a Fábrica de Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro (Caldas da Rainha) e o Museu Casa dos Patudos (Alpiarça). Esta exposição apresenta o “génio artístico” de Rafael Bordalo Pinheiro, figura marcante da cultura portuguesa da segunda metade do século XIX.
A mostra a “O Universo de RAFAEL BORDALO PINHEIRO – CARICATURA e CERÂMICA” está organizada em torno de um vasto núcleo de peças de cerâmica das Caldas da Rainha, pertencentes à Colecção Berardo, com enfoque para o grupo de peças de Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905), em paralelo com desenhos de caricatura humorísticas do autor. Nesta colecção, mostram-se peças de importância rara, de rigorosa expressão naturalista e figurativa, em excelente estado de conservação.
Quando Rafael Bordalo Pinheiro se fixou nas Caldas da Rainha, em 1884, fundou com o seu irmão a “Fábrica de Faiança das Caldas da Rainha”, onde assume a direcção artística e faz das Caldas da Rainha um centro da cerâmica reconhecido internacionalmente. Artista empreendedor e multifacetado, Rafael Bordalo Pinheiro trilhou um percurso muito próprio, dedicando-se às artes gráficas, às artes plásticas, ao desenho de objectos, à decoração e à cerâmica, produzindo uma vasta obra que reflecte quase sempre de forma crítica o quotidiano cultural, político e social da época em que viveu.
No que diz respeito à obra gráfica, foi inovador, desenvolvendo o desenho humorístico e o cartoon como expressão artística. Integrando o círculo de intelectuais e artistas que definiram a Geração de 70 e privando com personalidades dos diversos sectores de influência da sociedade oitocentista, incluindo a própria Corte, Bordalo Pinheiro conseguiu, através da sua obra, mostrar um retrato fidedigno da sociedade de então. Consciente do poder e da força da imprensa, fundou diversos periódicos, utilizando a caricatura como veículo para a defesa dos seus ideais.
Numa época conturbada, em que a própria Fábrica que Bordalo nos legou tem vivido momentos difíceis, esta exposição afirma-se duplamente pertinente: por um lado, como um apelo à salvaguarda patrimonial; por outro, por permitir um olhar renovado sobre a nossa própria condição artística e cultural contemporâneas.
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