
Tiago Barros é licenciado em educação física, opção de alto rendimento em futebol/futsal, já treinou o Boticas e o Miramar e também já foi treinador adjunto do Freixieiro. Agora que está prestes a terminar o nível III de treinador de futsal, aceitou partilhar algum do seu conhecimento para o Vila Real on Line e, em entrevista, analisa a próxima época. Fica desde já aqui, um agradecimento especial pela disponibilidade :)
1- Como analisas o próximo campeonato nacional da segunda divisão, tendo em conta as equipas participantes? Quais as que consideras terem maior probabilidade de lutarem pela subida de divisão? a AAUTAD/Realfut estará preparada para uma nova subida? e o Boticas?
O próximo campeonato da segunda divisão nacional, série A, na minha perspectiva, vai ser muito competitivo, pois vamos estar perante equipas fortes e bem estruturadas.
Penso que as equipas que acabam de descer serão “naturais candidatas” à subida, tais como o Boavista, Nogueirense e UTAD/Realfut, mas terão de contar com a qualidade do Braga/AAUM, Boticas e Rio Ave.
Se a UTAD/Realfut mantiver a estrutura e a qualidade do seu plantel, estará, sem dúvida, preparada para lutar pela subida novamente, tal como o Boticas.
2- E na primeira divisão? O Mogadouro acabou de subir de divisão, consideras que poderá manter-se ou ainda é dificil para os clubes mais pequenos conseguirem aguentar a pressão e competitividade da liga maior do futsal português?
Na minha opinião, o Mogadouro é uma verdadeira incógnita.
A verdade é que a 1ª Divisão Nacional nada tem a ver com as outras: a exigência é muito maior, o próprio ritmo de jogo, a competitividade, a experiência, a qualidade de jogadores e todas as estruturas envolventes.
Se, por um lado, a história de campeonatos passados diz-nos que as equipas que sobem raramente conseguem manter um ritmo competitivo, por outro, penso que, pela aposta em jogadores de qualidade acima da média, o Mogadouro tem um potencial enorme para se afirmar como uma equipa de topo.
Vamos esperar para ver como correm os primeiros jogos!
3- Nos últimos tempos, tem-se discutido muito a forma como os campeonatos estão organizados, tanto o da primeira como o da segunda divisão. Na tua perspectiva, qual seria o melhor sistema para dar maior competitividade mas também estabilidade aos campeonatos?
Na minha perspectiva, o campeonato da 1ª Divisão Nacional está desvirtuado com a realização dos Play-offs. A realização de Play-offs, está presente, por exemplo, na NBA, onde as equipas de diferentes estados, jogam umas contra as outras.
No nosso caso não faz sentido, pois estamos a desvalorizar a estabilidade de performances da fase regular. Penso que é injusto que a equipa que foi mais regular durante todo o campeonato tenha de ir aos Play-offs para decidir o campeonato.
A verdade é que promovemos o espectáculo e a emoção da modalidade, mas só durante os Play-offs, porque durante o campeonato a competitividade diminui.
4- Já tens alguma experiência acumulada no futsal. Como vês o crescimento desta modalidade em Portugal?
A minha experiência acumulada no futsal ainda não é muita, mas tenho a opinião que as estruturas organizativas e directivas ainda não estão preparadas para o crescimento abruto que a modalidade está a ter, e apenas agora se começam a aperceber que a modalidade é um “diamante em bruto”
O futsal precisa de um crescimento sustentado, planificado e competente e não abrupto e desorganizado, senão acabamos por ver clubes a fecharem portas.
Nas últimas semanas estive no curso de treinadores de futsal de nivel III e realmente deu para perceber a qualidade de treinadores que temos.
Em Portugal, temos jogadores e treinadores de grande qualidade, acho que deviamos aproveitar isso!
5- Acabaste de tirar o nível III de treinador de futsal, já tens o teu futuro definido para a próxima época?
Ainda não tirei o curso, pois as notas ainda não foram publicadas. Em relação ao meu futuro tenho, algumas coisas definidas com uma equipa da Divisão de Honra aqui do Porto. Mas é óbvio que sou uma pessoa ambiciosa e o meu objectivo passa por trabalhar com os melhores, para, quem sabe, um dia me tornar num deles!