O comando distrital de Operações de Socorro faz um balanço positivo da mobilização de meios e coordenação entre os vários elementos da protecção civil, durante os dias de sexta e sábado.
Apesar do fim-de-semana ter sido “complicado”, Carlos Silva coordenador do CDOS, acredita que o trabalho foi desenvolvido da melhor maneira, não se tendo registado “problemas de maior”. A neve “dificultou muito as operações de socorro”, principalmente na sexta-feira, nos principais itinerários.
No entanto, acredita que conseguiram “resolver todas as situações, umas com mais dificuldade outras com menos”.
Mas a Associação de Utilizadores do IP4 e os automobilistas que ficaram presos várias horas no IP4, não concordam.
Luís Bastos, presidente da AUIP4 aponta o dedo à concessionária Auto-estradas XXI, liderada pela empresa soares da Costa, e que está encarregue da manutenção do IP4. “Andamos a brincar à protecção civil com empresas privadas e com concessionárias de estradas que não existem, que assumiram a manutenção do IP4 que, comprovadamente, não sabem fazer”, acusou, lembrando que ficaram “dezenas ou mesmo centenas de automobilistas” presos no IP4, durante várias horas, alguns chegaram mesmo a demorar mais de seis horas para fazer o percurso.
Mas Carlos Silva diz que a concessionário Auto-estradas XXI, encarregue da manutenção do IP4 fez um bom trabalho “face à extensão de neve que percorreu todo o itinerário e o volume de tráfego que se registou”.
O PSD também tem dúvidas quanto ao trabalho da Protecção Civil durante o nevão. Ricardo Martins, deputado eleito pelo círculo de Vila Real quer ouvir explicações por parte do ministro dos transportes e considera “inqualificável e uma verdadeira vergonha. Centenas de pessoas ficaram retidas nas estradas do distrito, algumas doze horas, ou dezasseis horas e noutros casos ainda mais tempo”.
Ricardo Martins pergunta “porque razão não se preparou convenientemente a logística necessária para combater este tipo de situações”, até porque estava já previsto há algum tempo a situação meteorológica adversa.
O deputado social democrata acredita que houve uma “falta de coordenação” entre os vários elementos da Protecção Civil, GNR, PSP e bombeiros. Uma coordenação que ficaria “garantida” se se tivesse accionado um plano de emergência distrital especial para nevões.
Outra dúvida levantada por Ricardo Martins diz respeito “às responsabilidades das concessionárias que operam no terreno.
O Grupo Parlamentar do PSD quer ouvir da boca dos responsáveis as explicações face ao que se viveu nas estradas transmontanas durante a neve e já pediram a presença do presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil e do Secretario de estado da tutela no parlamento.
Rua D. António Valente da Fonseca
Avenida Carvalho Araújo
Parque Corgo
Fotos por: Maria Meireles
O distrito de Vila Real está totalmente intransitável... a Protecção Civil, assim como a Brigada de Trânsito da GNR apela a toda a população para evitar ao máximo as deslocações, a não ser em caso de emergência. Com o nevão que está a cair, as vias todas do distrito mantém-se intransitáveis.
A nível de transportes rodoviários, as viagens nos autocarros da Santos, antiga Rodonorte, assim como Rede de Expressos e Auto Viação do Tâmega estão cancelados, havendo já vários autocarros parados nas estradas devido à neve. A Auto Viação do Tâmega garantiu os transportes escolares para o regresso dos alunos às suas casas, tendo tido já muita dificuldade em vários locais, estando agora todos as outras viagens canceladas.
A Protecção Civil de Vila Real tem tido centenas de chamadas de automobilistas presos na neve, mas pouco há a fazer, uma vez que as viaturas dois bombeiros têm também muita dificuldade em chegar aos condutores.
Quanto às escolas do distrito, todas estão encerradas, desde o primeiro ciclo até ao secundário. A universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro também fechou as suas portas.